sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Amigo é coisa pra se guardar!
No dia 31 de dezembro passado, eu em uma cidade, e o pouco que restou de minha família em outra, conversando por telefone com minha mãe, ela disse:
- “...Filho, mais um ano se passou, vencemos mais um “Graças a Deus”! Vamos continuar tendo fé. Dario, meu filho, sinto que 2008 será um ano diferente pra todos nós. Vai ser o ano 10, você nasceu dia 10 também, e isso me traz novas esperanças...”
Realmente minha mãe estava certa, pois muitas bênçãos foram derramadas sobre nossas vidas. Mas não pensem vocês que foi simples assim. Pelo contrário! Foi um começo difícil, muitos desencontros, decepções e frustrações marcaram os primeiros meses de 2008, até que houve uma reaproximação de dois antigos amigos. Do nada! Do nada?
A transformação começou aos poucos. De um lado, um amigo da época da boemia, das noitadas memoráveis de nossa juventude, de outro também; porém em outro caminho, com outro foco, outro estilo de vida, “numa outra estação”. Um era o violeiro (o meu preferido, pois tocava as mesmas músicas que eu conseguia cantar), e outro, o hilariante, alto astral, maduro e consciente guerreiro da noite. Mas isso tem praticamente 17 anos. Faz tempo, hein? Celso Maluco, SOS, América, Get Up, Zero Grau, Calderetta, Zopapa, Cosa Night, Transas, Ninho´s, nossa... Quanta história, quantos causos, quanta música, quantas paqueras, quanta alegria! E a dor no meu coração que nunca passava, só aumentava cada vez mais. Um vazio, uma solidão, um nada no meio da apoteótica Cuiabá dos anos 90! O tempo passou. Eu cresci com essa dor. Perdi meu pai e meu irmão em 27/12/1991 para um assassino covarde. Eu ainda era um garoto. Hoje sou pai, profissional, um homem “comum”; tenho até cabelos brancos apesar de não ter tanta idade para tanto. E quanto vale o tempo? Após tantos anos de impunidade, este ano de 2008 sem dúvida será marcado pelo alívio de ver capturado o assassino Francisco de Assis Vieira de Lucena, foragido há quase 17 anos da justiça de Mato Grosso. Em 2009 ele irá a júri popular.
E os dois amigos? Pois bem! Hoje, um é Pastor de uma igreja repleta de pessoas maravilhosas, o outro, um político-sonhador que fará muito ainda pelos que mais precisam. Dizem que essa “raça” não presta! Pode não ser bem representada em sua totalidade, mas não se trata de raça, posição social, influência, mas o grau de espiritualidade e amor para com o próximo. Isso sim, é muito importante.
Um me viu desamparado, abatido, desiludido, triste, desolado, sem forças. Outro me viu sozinho, sem um amigo por perto. Um, levou-me para sua Igreja, onde fui muito bem recebido e amparado. O outro, foi à Tribuna do Parlamento em defesa de nossa causa, em defesa da honra de nossa família, buscando uma solução para o quase insolucionável. Um, pregou-me o sentido da palavra de Deus, o sentido e a razão para vivermos na plenitude do Senhor. Ele me mostrou que jamais estarei sozinho, ainda que eu mesmo queira estar um dia. O outro me mostrou a perspicácia de um líder, a coerência de um homem de bem, que deve honrar os mais importantes valores de um homem. Foi como se eu tivesse encontrado o caminho certo para caminhar, e ainda era metade do ano.
Hoje, neste 31 de dezembro de 2008, só tenho a agradecer aos meus queridos irmãos Ronnie Taques e Carlos Haddad, pois estes se transformaram em uma espécie de canal de luz, fé e amor que, acredito eu, foram determinantes para uma guinada sensacional na vida de minha família. Abrimos 2009 com mais forças, mais fé, mais esperança, mais vida e mais amor. Obrigado Senhor por esta oportunidade! Foram 16 viradas de ano sem este sentimento. Obrigado também às famílias Scherner, César, Cordeiro Couto, Lara Pinto, Correa da Costa, Canellas, Vuolo, Oliveira, Pereira, Carvalho, Curado, Garcia, Ferrari, Scaf, Nadaf, Maluf, Arruda, Mansur, Povoas, Denardim, Bortolacci, Cristóvão, Nolasco, Vidal, Pereira Leite, Almeida, Spallati, Gouvêa, Saddi, Epaminondas, Tolentino, Paes de Barros, Pompeo, Malheiros, Novis Neves, Figueiredo, Paz, à imprensa, Sejusp-MT, à este jornal, por sempre ter dado a mim e à minha família um espaço muito importante de opinião, questionamentos e conscientização social, entre tantas outras famílias e pessoas que continuam caminhando com a gente. Obrigado Cuiabá! Saibam, que o Champagne que seria “estourado” àquele fim de ano trágico de 91 (guardado até hoje), será aberto à meia noite, para celebrar o ano novo, a nova era, o novo sentimento, a paz e a JUSTIÇA!
Dario César Scherner
Publicitário, Especialista em Semiótica e Produtor Cultural.
dariomarketing@hotmail.com
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