terça-feira, 2 de julho de 2013

Governo entrega projeto de plebiscito com cinco pontos


Financiamento de campanha, sistema de eleição de deputados, suplência de senadores, regime de coligações e fim do voto secreto estão na mensagem do Executivo

O governo vai entregar nesta quarta-feira ao Congresso a proposta de plebiscito para a realização da reforma política. O texto contém cinco temas: o financiamento de campanha, o sistema de eleição de deputados e vereadores, o modelo de suplência de senador, a existência de coligações em eleições para deputado e vereador e o fim do voto secreto no parlamento.

O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegaram ao Senado por volta das 10h40. Eles foram incumbidos de levar a mensagem aos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

De acordo com Cardozo, o governo não estabeleceu as perguntas - apenas os temas que, na avaliação do Executivo, devem ser colocados em votação. "O Congresso é quem manda e é o Congresso quem vai fazer", afirmou. Cardozo disse ainda que a complexidade da discussão - cada um dos temas possui mais de uma resposta possível - não deve ser um empecilho para o debate: "Eu acredito que o povo, ao ser consultado, tem totais condições de dizer o sistema que ele quer para eleger as pessoas que os representa".

O discurso do vice-presidente foi semelhante: "O que estamos fazendo é uma mera sugestão. Quem vai conduzir o processo do início até o final é o Congresso", afirmou disse Temer. Ele disse que os parlamentares podem acrescentar outros temas à consulta popular.

A presidente Dilma Rousseff ainda espera que o Congresso aprove a convocação do plebiscito a tempo de as novas regras entrarem em vigor até o início de outubro. Dessa forma, elas já poderiam ser aplicadas na eleição de 2014. Mas muitos parlamentares acreditam que o prazo curto é inviável.
Articulação- No Congresso, o PT já trabalha em uma proposta pela qual financiadores de campanha - pessoas físicas ou jurídicas - poderiam fazer doações para um fundo, sem escolher destinatários. Depois, o bolo de recursos seria repartido segundo a votação que os partidos obtivessem na eleição anterior. Ou seja: se valer para as eleições de 2014, por exemplo, a medida beneficia diretamente o PT, que elegeu a maior bancada de deputados em 2010.
Na breve entrevista dada segunda-feira, Dilma voltou a defender a realização do plebiscito. "A proposta tem o sentido de transferir para a população o direito de ser consultada", disse. "É também fundamental perceber que é preciso de uma transformação para melhorar a representação do país (...) Nós consideramos como melhor o plebiscito porque achamos que é importante que haja esse protagonismo da população e esse respeito às reivindicações."



 Fonte- Revista veja

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