"É perfeito para quem vai precisar de energia. Ele tem o carboidrato da massa e a proteína da panceta", explicou. "E, ainda por cima, tem um ingrediente extra, que é a pimenta calabresa, que funciona como um Viagra natural", brinca.
Segundo Pasquale, o "Pérola Negra" é o prato mais vendido hoje em seu restaurante, e ele tem dois ingredientes fundamentais: "tem que ser feito com queijo pecorino romano e com panceta, não com bacon", aconselha. Então, atenção para a dica.
"O pecorino romano é um queijo curado feito com leite de ovelha, que tem um sabor mais intenso do que o do parmesão, que é de leite de vaca. E a panceta é parecida com o bacon, mas em vez de defumada, ela é temperada com pimenta do reino e deixada para curtir, enrolada, como um embutido", explica.
Mas quem não tem pecorino e panceta pode fazer com parmesão e bacon? "Pode. Mas depois não me venha reclamar que não ficou tão bom", ri.
História no samba
Além de cozinheiro, Pasquale é também amante do Carnaval e sambista inveterado. Em 1973, participou da fundação da escola de samba Pérola Negra, e é hoje presidente da Velha Guarda da agremiação.
Dono do restaurante Pasquale, desde o final de 2001, ele é uma das figuras mais ativas do carnaval paulistano. Organiza alas da escola, participa dos ensaios e promove o "esquenta" para a ida ao sambódromo, no dia do desfile, em sua cantina.
"Hoje em dia, não concorro mais com sambas de enredo, mas já fui autor de cinco que a Pérola Negra desfilou, e compus também o hino da escola", conta orgulhoso o sambista nascido na Itália, na cidade de Minervino Murge, região de Puglia, bem no calcanhar da bota.
A família de Pasquale tem uma história de idas e vindas ao Brasil. "Meu avô era um engenheiro italiano e morou em São Paulo com a família, no começo do século 20. Meu pai nasceu aqui, nos Campos Elíseos. Mas, em 1907, eles voltaram para a Itália". Logo após a Segunda Guerra, no entanto, o pai de Pasquale, que também era engenheiro, resolveu vir tentar a vida no Brasil com a mulher, e voltou para cá. Pasquale tinha então 6 anos.
No Brasil, o amor pelo Carnaval pegou também o irmão de Pasquale, Mario, com quem, em 1979, ele participou da fundação de outra escola, a Mocidade São Miguel, no Guarujá.
Este ano, a escola, que já foi campeã nove vezes do carnaval guarujaense, apresentará um enredo inspirado na gastronomia. Pasquale avisa que fará jornada dupla, no Sambódromo paulistano, com o Pérola Negra, e na passarela do samba da cidade litorânea, com o São Miguel. "Como fala de comida, vou ter que dar um jeito de ir pra lá também, né?", avisa o folião. E haja animação.
Fundador da Pérola Negra ensina receita para enfrentar a avenida no Carnaval
Ingredientes- 40 grama(s) Panceta cortada em cubos
- 2 dente(s) Alho picado
- 2 colher(es) de chá Pimenta calabresa
- 5 unidade(s) Azeitona preta cortada
- 3 unidade(s) Tomate sem pele e sem semente picado
- 1 ramo(s) Manjericão
- 1 colher(es) de sopa Pecorino ralado
- 5 unidade(s) Mozarela de búfala (peq.) cortada ao meio
- 50 mililitro (ml) Azeite de oliva
Cozinhe em água e sal 100 gramas de pene (grano duro). Depois de cozido, ele dobra de peso. É a quantidade suficiente para esta receita (para uma pessoa).
Aquecer o azeite numa frigideira grande.Despejar a panceta no azeite quente e deixe fritar um pouco.
Acrescentar os dois dentes de alho picado e dourar.
Acrescentar a pimenta calabresa, as azeitonas pretas cortadas em rodelas, os tomates picados, o manjericão e metade do pecorino ralado.
Despeje o pene já cozido na frigideira onde o molho foi refogado.
Saltear ligeiramente e acrescentar as mozarelas de búfala cortadas ao meio.
Transfira para um prato. Acrescente o restante do pecorino ralado e a ponta do ramo de manjericão para enfeitar.
ANTONIO FARINACI Colaboração para o UOL
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