Com a chegada da época mais quente do ano, aumenta a procura por praias, clubes, piscinas dos condomínios e outros ambientes de uso coletivo. Outro lugar também começa a ser bastante procurado no mesmo período: o consultório oftalmológico, por causa das conjuntivites bacterianas e virais.
A conjuntivite – uma inflamação na parte mais externa dos olhos – pode ser causada por alergias ou infecções ocasionadas por vírus e bactérias, segundo o oftalmologista Victor Saques Neto, do Hospital Oftalmológico de Brasília, o HOB.
Qual a ligação do calor com a doença? Victor explica que, na primavera, com o tempo mais seco, são comuns as conjuntivites “primaveris”, causadas por reações alérgicas a resíduos em suspensão no ar, como pólen e poeiras em geral. No verão, o calor estimula a procura por ambientes de uso comum, o que faz proliferar doenças contagiosas.
Mas o médico alerta que o inverno também pode favorecer o contágio de doenças. Não há o calor, mas as pessoas permanecem mais tempo em ambientes sem circulação de ar adequada, como imóveis e veículos sempre fechados por causa do frio.
Victor Saques ensina que as conjuntivites mais comuns não são contagiosas, mas alérgicas, atingindo cerca de 13% da população. Ela pode ser causada por uso de cosméticos, depósito de proteínas ou de sujeira nas lentes de contato, alguns medicamentos e os já citados poeira e pólen. É comum nos dois olhos ao mesmo tempo, com coceira, vermelhidão, lacrimejamento e inchamento das pálpebras.
As conjuntivites contagiosas, segundo o oftalmologista, têm sintomas diferentes. Na bacteriana há inchaço das pálpebras, secreção amarela e abundante, podendo também haver febre. Na versão viral há vermelhidão, secreção branca e espessa, lacrimejamento e também pode deixar as pálpebras inchadas. O especialista cita alguns outros sintomas das conjuntivites adquiridas por contágio: ardência, irritação, sensibilidade maior à luz, visão embaçada e sensação de “areia” nos olhos.
Tratamento
Para conjuntivites alérgicas, são receitados colírios antialérgicos e lubrificantes. Nas virais, colírios lubrificantes e anti-inflamatórios, além de compressas geladas. Nas bacterianas, antibióticos.
O afastamento das atividades diárias pode ser indicado pelo médico no caso de conjuntivites contagiosas. Nas alérgicas, é importante livrar-se do agente da irritação, mas não é necessariamente obrigatório o afastamento dos afazeres do cotidiano.
Para qualquer caso de conjuntivite é imprescindível a consulta ao médico, sem soluções caseiras e amadoras. “Há pacientes com o costume de automedicarem-se baseados na experiência de parentes ou amigos. Esse fato impede o sucesso do tratamento. Às vezes, esse paciente está com uma infecção viral e se trata com antibiótico, ou apresenta um quadro alérgico e usa um colírio anti-inflamatório”, alerta Neto. Ao menor sinal da doença, ao invés de procurar familiares ou a farmácia mais próxima sem a informação adequada, é sempre melhor ir ao consultório.
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