Presídio que recebeu o ex-governador Sérgio Cabral e onde ainda estão outros presos da Lava Jato tem espaços que foram transformados em suítes para encontros íntimos. Promotores receberam informação de que presos pagavam mulheres para fazer sexo .
Rio - Na Cadeia Pública de Benfica, um ambiente destoa drasticamente das barras de ferro que mantêm presos ex-secretários estaduais e políticos envolvidos na Lava Jato. Aliás: quatro ambientes. Inspeção feita pelo Ministério Público do Rio detectou quatro suítes semelhantes a encontradas em motéis. De acordo com o MP, seriam usadas para visitas íntimas "entre outras possíveis irregularidades". O MP também recebeu a informação de que mulheres receberiam dinheiro para fazer sexo com detentos da Lava Jato, mas ressalta que a denúncia ainda é investigada. O presídio conta com ala feminina e agentes penitenciárias.
Nas suítes de Benfica, camas de casal, luzes vermelhas, televisores e piso de porcelanato proporcionam o clima perfeito para o amor bandido. Um dos quartos tem até mesmo uma parede pintada com um coração.
Branca ou vermelha?
Futebol ou novela?
Depois da farra, aquele banho para se refrescar.
No chão, piso de porcelanato e carpete.
Núcleo do governo
Na Cadeia Pública de Benfica, estão presos secretários estaduais da gestão de Sérgio Cabral, como Wilson Carlos (Governo) e Hudson Braga (Obras), além da alta cúpula da Assembleia Legislativa, composta pelos deputados Edson Albertassi, Jorge Picciani (presidente da Alerj) e Paulo Melo, todos do MDB. Cabral foi transferido de Benfica para presídio federal no Paraná no dia 18 de janeiro.
Empresários
A fiscalização foi feita por promotores do MP no dia 19. Desde então, o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) investiga o caso. Ainda não é possível precisar a data em que as suítes foram construídas. O presídio também foi frequentado por empresários envolvidos na Lava Jato. No fim de 2017, boa parte deles deixou a prisão por determinação da Justiça.
Por PAULO CAPPELLI - Jorna O Dia RJ
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