Agência EFE
O artista ficou mais de uma hora observando o ferimento, antes de ser socorrido e internado
"Não é a arbitrariedade dos cargos públicos que priva a sociedade de sua capacidade de agir, mas sua fixação em derrotas e perdas que nos prega com cada vez mais força aos paralelepípedos do Kremlin, convertendo as pessoas em estátuas que aguardam, resignadas, seu destino", explicava o manifesto assinado pelo pintor. No entanto, após uma hora e meia do inicio de seu protesto, o artista foi levado a um hospital da capital russa, embora uma fonte das forças de segurança tenha adiantado à agência "RIA Novosti" que ele será detido após receber tratamento.
Na ocasião, o policial qualificou a ação do pintor como algo "normal para um doente psíquico". Pavlenski, por sua vez, acredita que "a sociedade, agora que o poder transformou o país em uma grande prisão, permite a arbitrariedade e, esquecendo sua superioridade numérica, assiste com sua inação o triunfo de um Estado policial na Rússia".
Essa não é a primeira vez que o artista de São Petersburgo, a segunda cidade da Rússia, se agride como forma de protesto contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin. No último dia 3 de maio, ele se enrolou em arames farpados em frente ao edifício da Assembleia Legislativa de São Petersburgo, uma ação que foi chamada de "Corpo" e que, segundo ele, simbolizava "a existência humana em um ambiente de repressão legal, quando um mínimo movimento provoca uma duríssima reação do sistema legislativo, a qual é cravada no corpo do indivíduo".
Em junho de 2012, Pavlenski também costurou sua boca em uma ação de apoio ao grupo punk Pussy Riot, cujo duas integrantes ainda estão presas por cantar contra Putin no principal templo da Igreja Ortodoxa.
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