sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quem tem medo da sexta-feira 13?

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A data foi palco tanto de acontecimentos fatais como de ocorrências felizes – só a história diz o que é e o que não é importante

Na Wikipédia, a sucessora digital das enciclopédias, o medo da sexta-feira 13 tem um nome engraçado: frigatrescaidecafobia. O nome é uma homenagem a Friga, uma deusa do amor e da beleza que o Cristianismo teria transformado em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas-feiras com outras onze bruxas e o demônio para rogar pragas aos humanos.

Pior do que praga de bruxa só mesmo medo de praga de bruxa...

Muita gente se deu ao trabalho de pesquisar acontecimentos terríveis que aconteceram numa sexta-feira 13. Os registros históricos vão desde o banimento dos cavaleiros templários à decretação do famigerado AI 5, o instrumento com que a ditadura brasileira acabou de vez com os nossos direitos democráticos.

São acontecimentos horríveis? São, mas o mundo está lotado de acontecimentos horríveis que acontecem em todos os dias do ano.

Engraçado que ninguém se dispôs a pesquisar acontecimentos positivos que aconteceram neste dia e não vou ser eu que vou gastar tempo com isso...

Sextas-feiras 13 não são eventos astrológicos, mas essa de agosto de 2010 está chegando sob um céu tão complicado que não dá para fugir dessa conversa.

O medo da sexta-feira 13 está sendo reforçado pela ansiedade que foi gerada pelas muitas interpretações que antecederam o dia 7 de agosto, aquele em que a grande cruz dos signos cardinais estava iluminada no céu.

O momento astrológico é importante mesmo, mas ninguém precisa entrar em pânico por causa dele.

Num artigo na Revista Constelar, o astrólogo Alexey Dodsword conta uma história interessante:

“Em janeiro de 1523, um grupo de astrólogos londrinos concordou que o fim do mundo se daria num dilúvio que ocorreria em primeiro de fevereiro de 1524 [alinhamento planetário em Peixes]. Um mês antes, duas mil pessoas abandonaram Londres, buscando terras mais altas. Um dia depois, posto que nada ocorreu, os astrólogos anunciaram um "pequeno erro de cálculo" e informaram que o fim do mundo seria em 1624, e não em 1524. A cidade foi toda saqueada por ladrões durante o "dia da evacuação"”.

O que os apavorados e depois furiosos ingleses não perceberam é que, naquele momento, o protesto de um monge chamado Martinho Lutero ia desabar como um dilúvio sobre a Igreja Católica.

Este exemplo serve para lembrar que os grandes acontecimentos mundiais nem sempre podem ser vistos ou avaliados de perto. Só a história diz o que é e o que não é importante.

Por isso, pego emprestadas as palavras de Zênon, o alquimista e astrólogo da “Obra em Negro” de Marguerite Youcenar:

“Vossa Alteza sabe tanto quanto eu que o futuro está prenhe de uma ninhada de ocorrências mais numerosas do que pode dar à luz. E não é de modo algum impossível ouvir mexer algumas delas no fundo do útero do tempo. Mas só o acontecimento decide qual dessas larvas é viável e chega a bom termo. Jamais negociei rebentos prematuros no mercado das catástrofes e das venturas...”

Boa sexta-feira 13!

Monica Horta - horta.monica@gmail.com - Jornalista e astróloga, Monica Horta é autora do livro “Aniversários – Um Olhar Astrológico sobre a Vida”

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